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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O HOMEM SONO EM CLARO

Amanheço. Os dias mal-dormidos
no calcanhar das noites
- roem lágrimas
nas ruas do tempo.
A vida é pedra! Na erosão,
o homem-escultura
- a terra violada
de pés
entardecidos.

Os relógios suam,
fedem à poeira.
- Desperto, o homem sono em claro.

Delalves Costa - "Considerações Pre-Maturas & Outras Ausências" - Editora Ponto